domingo, 25 de janeiro de 2015

Rio desperdiça 50% de água por falta de investimento.



Do volume total de água retirado dos reservatórios para abastecer o Estado do Rio, mais da metade se perde pelo caminho e não chega às torneiras. De acordo com Marilene Ramos, ex-presidente do Instituto Estadual de Ambiente do Rio (Inea) e ex-secretária estadual do Ambiente do Rio, o desperdício se deve à falta de investimentos nas redes de distribuição de água.
— Os índices são altíssimos, de mais de 50%. Em grande parte porque nossas redes são antigas, e, muitas delas, obsoletas. Temos muito vazamento de água e poluição nos mananciais — diz Marilene, vice-diretora do Centro de Regulação e Infraestrutura da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em 2010, um estudo da Agência Nacional de Águas (ANA) apontou que o Rio contava com sistemas insatisfatórios de distribuição em 45 dos 92 municípios, inclusive a capital. Na época, a agência recomendou que fosse investido R$ 1,05 bilhão até 2015 no sistema de abastecimento. Mas os recursos não foram aplicados, segundo Marilene.
— Um exemplo é o Rio Guandu, que recebe três canais que drenam esgotos de Queimados, Japeri e Nova Iguaçu, o que piora a qualidade da água e demanda mais água para diluir esse esgoto. Um investimento considerado prioritário era o afastamento desses esgotos, mas a obra está paralisada — diz ela.
Questionada, a Cedae informou que investiu, de 2010 até hoje, R$ 1,13 bilhão, sendo R$ 893 milhões na Região Metropolitana e R$ 242 milhões no interior do estado. A previsão para os próximos quatro anos é de investimentos da ordem de R$ 4 bilhões na Região Metropolitana e R$ 106 milhões no interior. Entre novembro de 2013 e novembro de 2014, secou um volume que é praticamente a metade da reserva técnica - o volume morto. O volume útil do Paraibuna estava em 1.234.000.000 m³ - e foi para 44.000.000 m³ no ano seguinte. A diferença é de 1 bilhão e 190 milhões de m³ - são cerca de 476 mil piscinas olímpicas.



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