O grito “Almir, faz um gol aí” já vai completar 12 anos, mas é ainda um troféu guardado nos ouvidos do camisa 10 do Bangu. Ídolo da torcida alvinegra na campanha que garantiu em 2003 a volta do Botafogo à Série A do Brasileirão, Almir reencontra hoje quem um dia o aplaudiu. E não tem ideia de como será recebido.
- Se me vaiarem, será para me desestabilizar. A torcida do Botafogo tem carinho por mim - diz o jogador, em sua terceira passagem pelo Bangu.
Almir tem 32 anos e já enfrentou o Botafogo quatro vezes, atuando por Ponte Preta, Atlético-MG, Figueirense e Bangu, quando fez um gol no empate em 1 a 1 no Estadual de 2012. Porém, jamais venceu o ex-clube.
- É um jogo especial, mas quando a gente entra em campo, o pensamento é de vitória. Quero vencer. E, gol, eu quero marcar sempre - destacou o paraibano, que fez um bonito gol de falta na derrota para o Fluminense por 2 a 1 no último domingo.
Almir jogou no Botafogo dos 16 aos 24 anos, caiu em 2002 para a Série B, foi influenciado pelo técnico Levir Culpi a passar de volante a meia, subiu em 2003 como artilheiro do time com 12 gols, perdeu a vaga de titular e ouviu a torcida criar um novo coro em sua homenagem: “Levir, bota o Almir”. O jogador está no seu 11º clube, incluindo passagens por Coreia e Kuwait. Mesmo tarimbado, não sabe se deve comemorar caso faça um gol na partida de hoje.
- Não sei qual será minha reação, mas, por respeito ao clube, acho que não vou comemorar.
Os três Iphones de Almir, o grosso cordão de ouro, o Peugeot em destaque no estacionamento da concentração em Jacarepaguá e o endereço residencial na Barra denunciam que o proprietário dos mimos possui conta bancária diferenciada entre os colegas do Bangu.
- Ganhei dinheiro na Coreia - admite Almir, ex-Ulsan, Pohang e Incheon. - E o Bangu paga em dia. Sou feliz - encerra o jogador, querendo vencer hoje o passado. De preferência, fazendo um gol.