
A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA), revela que, em março, a média mensal global de dióxido de carbono atingiu 400,83 partes por milhão.
Esse é o primeiro mês nos registros modernos que todo o globo ultrapassou 400 ppm, chegando a níveis que não haviam sido observados há cerca de 2 milhões de anos.
"É perturbador e assustador. Será difícil desacelerar isso", disse o cientista especialista em gases de efeito estuda, Pieter Tans, chefe da NOAA.
Sua preocupação se deve ao fato de que o evento acontece em um ritmo tão rápido, que parece uma explosão em comparação com as mudanças naturais lentas da Terra. O dióxido de carbono não é apenas superior, está aumentando a um ritmo recorde, 100 vezes mais rápido do que aumentos naturais no passado, afirmou Tans.

Níveis mensais oscilam com a temporada, com maior pico em maio e, em seguida, diminuindo à medida que as plantas absorvem o dióxido de carbono. Porém, o aumento acontece anualmente. Níveis também são mais altos no Hemisfério Norte, porque é onde o dióxido de carbono está sendo mais frequentemente expelido pelas usinas de energia e veículos.
“No ano passado, a média mensal medida no Hemisfério Norte no Havaí ultrapassou 400 e, agora, a média global também”, disse James Butler, chefe da divisão global que monitora essas mudanças da NOAA.
"Foi apenas uma questão de tempo para a média ser de 400 ppm em todo o mundo. Nós relatamos 400 ppm pela primeira, quando todos os nossos observatórios do Ártico atingiram esse valor, na primavera de 2012. Em 2013 o registro no Observatório Mauna Loa, da NOAA, ultrapassou pela primeira vez o limiar de 400 ppm. Essa média global é um marco significativo", explicou Tans.
NOAA baseia a concentração de dióxido de carbono global em amostras de ar coletadas de 40 locais globais. Ed Dlugokencky, o cientista da instituição que gere a rede global de observação, disse esperar que a média global permaneça acima de 400 ppm apenas até maio, época do ano que as concentrações de dióxido de carbono atingem o pico, devido a ciclos naturais em cima dos gases com efeito de aumento dos gases persistentes.
Butler acrescentou que seria difícil reverter os aumentos de gases com efeito estufa, que estão causando o aumento das temperaturas atmosféricas. “Eliminar cerca de 80% das emissões de combustíveis fósseis seria essencial para interromper o aumento do dióxido de carbono na atmosfera, mas as concentrações de dióxido de carbono não iriam começar a diminuir até que mais reduções fossem feitas. É um processo lento", revelou Butler
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